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Valdez Inclán, capitão-general das Províncias do Rio da Prata, quando a política mudou a obtenção
de simpatias em guerra aberta, recebeu em 1703 ordem para acometer a fortaleza lusitana. Os
judeus manobravam os países protestantes, sobretudo a Inglaterra, contra os países católicos, e a
Inglaterra instigava Portugal e Espanha28, ateando a guerra entre ambos, na Europa e nas Colônias,
para ir recolhendo os despojos. Nas colônias transatlânticas que "buscavam estender-se uma a custa
das outras", como era o caso do Brasil versus Prata, a luta se tornou mais violenta, depois que "o
comércio se apoderou quase exclusivamente da política, multiplicou e engrandeceu to das as
combinações29", isto é, todas as intrigas e conchavos. Isto equivale dizer que os interesses
comerciais judaicos, porque são esses, efetivamente, os que manobram a política, intervinham na
luta, em torno do pomo de discórdia de Colônia. Veremos oportunamente as razões.
Não podendo resistir por falta de munições e recursos à investida inimiga, o governador da
colônia, o valente Sebastião da Veiga Cabral, depois de "formidables y bravos combates30'', viu-se
obrigado a incendiar e abandonar a praça. As armas espanholas conquistaram ruínas que a
diplomacia espanhola iria perder em breve prazo. O Tratado de Utrecht, em 1715, restituiu-as, de
pleno direito, aos lusitanos. A 11 de novembro de 1716, de novo, sob os baluartes refeitos,
tremulou ao vento a bandeira de Portugal. Outro período de prosperidade logo começou para aquela
feitoria comercial e posto militar, em 1722, chegando sua gente a querer apoderar-se do sítio de
Montevidéu, no ano de 1724.
Em derredor da cidadela, desenvolvia-se a futura cidade, que enriquecia pelo comércio e
sobretudo pelo contrabando31, aumentando mais sua população em "viandeiros" do que em
agricultores32. Os "viandeiros" são os mesmos mercadores, mascates, forasteiros, que vimos em
ação em Minas, Bahia, Recife e Maranhão, enchendo-se de ouro "fosse como fosse". O
contrabando principiara na Colônia logo que crescera a população com os judeus refugiados de
24
Simão Pereira de Sá, "Nova Colônia do Sacramento" Lisboa, 1737.
25
Francisco Bauzá, "História de la dominación espanhol en el Uruguay".
26
"Anais da Biblioteca Nacional", doc. n° 1.485.
27
Fernando Capurro, "La Colonia del Sacramento", Montevidéo, 1928, pág. 19; Pedro Calmon, "História da
Civilização Brasileira", pág 77.
28
Fernando Nobre, op. cit. pág. 29.
29
Visconde de São Leopoldo, "Anais da Provincia de São pedro", 1839.
30
Fernando Capurro op. cit."pág. 25.
31
Op. cit. págs. 27-28.
32
Ferreira da silva, "Terceira povoação da Colônia do Sacramento", ed. de 1722.
57
Lima, vindos de Tucuman e da outra banda do Prata, em ligação constante e oculta com os milhares
deles que iam infestando a nascente Buenos Aires. Ele arruinava o comércio dos estabelecimentos
espanhóis, penetrando com suas mercadorias até o Chile e o Peru33. É o que diz, explicitamente, O.
Araújo: "o contrabando se fazia em grande escala com gente pouco escrupulosa de Buenos Aires.
Enviavam para ali tabaco, açúcar, bebidas e escravos negros, recebendo em troca farinha, carne
seca, pão e outros artigos de que os intrusos tinham falta. A importância desse comércio ilícito se
manifestou em Buenos Aires pela diminuição das rendas públicas e pelo luxo que ostentavam
algumas famílias que faziam praça de fortunas de origem absolutamente desconhecida"34. Como se
vê, com o comércio ilícito, nem ganhava a futura capital da Argentina, nem a própria Colônia do
Sacramento, mas os eternos intermediários judaicos com sua jeiteira para os bons negócios.
Todos os historiadores estão de acordo em proclamar o contrabando da Colônia, desde os
primeiros tempos até sua entrega definitiva aos espanhóis, com Oliveira Lima à frente 35. Aquilo
era, em verdade, segundo um deles, "o ninho do contrabando"36. O conde de Moncloa, Vice-Rei do
Perú, julgava oficialmente "muito lesivos ao monopólio peruano" o comércio e o contrabando que
ali se desenvolviam37. O governo de Buenos Aires declarava aquele "gran canal predispuesto por la
naturaleza para el comercio de contrabando". Além do contrabando, os judeus praticavam os
maiores abusos no tráfico de negros, por trás dos ingleses, a quem uma cédula real de Filipe V o
permitia no estuário, em virtude de uma cláusula imposta pela liberal e judaica Inglaterra no tratado
de Utrecht38. Para o mister de contrabandista, que o judeu praticava, dirigindo e estipendiando,
raramente toman do parte direta por causa do perigo, eram empregados aventureiros capazes de
recorrer às armas em caso extremo39.
O contrabando que ainda hoje se pratica nas fronteiras meridionais mergulha suas raizes
nessa época e nas dinas tias de contrabandistas fronteiriços ainda se podem achar alguns nomes de
judeus que travaram conhecimento com a Inquisição de Lima...
Somente os interesses do contrabando explicam as vitórias da diplomacia portuguesa,
obtendo as restituições da Colônia tomada pelas armas castelhanas. Para haver o rendoso
contrabando, era necessário que fosse uma cunha portuguesa enfiada na porta de entrada das
possessões espanholas. Nas mãos da Espanha, para que serviria? O comércio de Mato Grosso não
existia e era o único lugar do Brasil para onde se poderia ir por aquele canal. Assim, as forças
ocultas manejavam sempre de maneira a Colônia tornar ao poder de Portugal. Uma pequena
reflexão sobre esse ponto permite compreender claramente as razões secretas dos fatos ocorridos na
nossa corrida para o Prata.
No comércio ilícito da Colônia, que se irradiava ,pelo interior das audiências espanholas e
era exercido pelos antigos peruleiros e seus descendentes, tangidos de Lima pela Inquisição,
entrava continuamente muita prata, como já o declarava em 1694 o governador português Dom
Francisco Naper de Lencastre.40. Era também grande o comércio de couros, pelos quais se
cobravam fortes dízimos41, o que fazia a judiaria fugir por meio do contrabando ao seu pagamento;
contrabando de tal modo generalizado e corruptor que, no ano de 1700, até os próprios
governadores da Colônia dele participavam42. Acontecia mais ou menos a mesma coisa no
comércio de madeiras43. Outra fonte de rendas ilícitas deviam ser as famosas verbas secretas
destinadas a comprar amizades e inteligências entre os castelhanos44...
33
G. Keith, "A voyage to South America and the cape of good Hope". Londres, 1810.
34
0. Araujo, "Resumen de Ia Historia del Uruguay".
35
"D. João VI no Brasí0, tomo I, pág. 112. "admirável ponto de contrabando".
36
Alfred de Brossard, op. cit. pág. 36.
37
Fernando Nobre, op. cit. pág. 31.
38
Eduardo Azevedo, "Manual de História Uruguaya", Montevidéo, tomo I, pág. 33.
39
Fernando Nobre, op. cit. pág. 33.
40
"Anais da Biblioteca Nacional°, doc. nº 1.988
41
Idem, n° 2.063.
42
Idem, n° 2.363.
43
Idem, n° 2.630.
44
Idem n°s 4.494-4.495.
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O governador espanhol D. Bruno de Zabala combatia com todas as forças o contrabando
que lhe minguava as rendas da administração para a engorda de cristãos-novos. De 1724 a 1725, ele
expulsou os portugueses que queriam estabelecer-se no local onde hoje está Montevidéu e fundou
Maldonado, pondo, assim, um anteparo entre a Colônia e o Rio Grande, isolando-a no estuário
platino de tal modo que chegou a ficar sem um palmo de terreno além dos fossos da circunvalação,
o que, com o tempo, motivou sua perda definitiva. Dai em diante, não passou mais de um navio de
pedra ancorado na praia platina. Expansão Lusa pelo interior das terras estava "burlada"45.
Em 1735, rompidas as relações entre os dois reinos rivais da Península Ibérica, D. Alvaro de
Salcedo, governador de Buenos Aires, põe cerco à Colônia durante dois anos, sem dela conseguir
apoderar-se, graças à heróica resistência da guarnição. O armistício de Paris, em 1737; pôs termo às
hostilidades.
A questão, porém, só foi resolvida de vez em 1750 pelo Tratado de Madrid, no reinado de
Fernando VI, sucessor de Felipe V, cedendo Portugal a Colônia em troca das Missões jesuíticas do [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]

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